"Não sei definir bem quando começou o meu interesse pela Itália. A curiosidade veio de dentro de casa, ao imaginar os motivos que levaram o meu avô paterno abandonar um dos lugares mais lindos do mundo, a ilha Sardenha, para tentar a vida em Belo Horizonte. Longe de parentes, longe do mar e diante de uma realidade completamente desconhecida. Quanto mais eu pesquisava, mais me apaixonava por aquele lugar, suas culturas, suas origens, suas paisagens e também sua língua.
Na Sardenha |
Em 1999, pude me candidatar a uma bolsa de estudos para estudar italiano (na Fundação Torino, escola italiana em BH), através de um convênio entre a escola municipal em que estudava e a Fundação. Nessa mesma época, dei entrada no meu pedido de cidadania no Consulado Italiano de Belo Horizonte. E a partir dai, foram cinco anos de curso e oito anos de espera para enfim ser chamada a apresentar meus documentos ao Consulado. Nessa espera, expectativas e encantamento só aumentaram. O curso não me ensinou apenas a língua, mas aprendi muito também sobre os costumes, a culinária, o cinema, a arte e a literatura italiana.
Em Verona |
Quando me dei conta que era capaz de me comunicar com pessoas do outro lado do mundo, através da internet, em um idioma que eu aprendia pouco a pouco, e ser compreendida, estabelecer laços de amizade e ganhar vocabulário, eu finalmente entendi que a minha ligação com a Itália começava a se concretizar, mesmo que tenha sempre existido, dentro de mim. Foi então que, mesmo antes de me formar em jornalismo, comecei a me informar sobre cursos de pós graduação na Itália ou programas de intercâmbio. Até que, trabalhando em um evento em BH (como freelancer entre um estágio e outro), conheci um italiano que trabalhava na Università Cattolica del Sacro Cuore, em Milão. Ele me deu seu cartão de visitas e me aconselhou a pesquisar no site da universidade um curso que eu gostasse. Foi o que eu fiz. Apos me formar, já trabalhando na área, fiz praticamente uma imersão no mundo das grades curriculares, dos editais e dos formulários para bolsa de estudos. Durante muito tempo ninguém me respondeu. Pesquisei muito nas comunidades do Orkut e conheci pessoas que já haviam conseguido. Com elas, peguei todas as dicas possíveis. Somente dois anos depois de formada a Cattolica me mandou um email, em uma quinta-feira, dizendo que eu havia uma entrevista agendada na terça, em Milão. Enlouqueci. Mesmo porque eu não tinha condições financeiras de arcar com uma viagem internacional de ultima hora. Liguei para toda a família. Para a minha sorte meu irmão mais velho tinha milhas suficientes para me dar a passagem. E, além disso, um primo estava morando em Milão e poderia me hospedar por uns dias no sofá-cama do apartamento em que dividia com outras pessoas. No sábado, embarquei. Na Itália, fiz uma entrevista e voltei para o Brasil para esperar o resultado, que saiu após um mês. No mês seguinte embarquei definitivamente para cursar o master em Milão.
Em Milão |
O encantamento e a magia de realizar um sonho depois de todo um trabalho de formiguinha, só contribuíram para que a minha experiência na Itália fosse mais e mais fantástica. Com o tempo, conheci os parentes de meu avô, visitei a sua casa, conheci a fundo a sua ilha e toda a Itália, reconheci a minha cidadania, me formei, arrumei emprego em minha área, participei dos eventos mais importantes no mundo da moda e do jornalismo, fiz muitos amigos e cresci de uma maneira que só seria possível vivendo intensamente a realização de um sonho dia a dia.
Além disso, pude finalmente unir grandes paixões como a moda, o turismo, o jornalismo e a fotografia em um dos cenários mais deslumbrantes do mundo. Tudo isso só fez com que eu tivesse certeza, a cada dificuldade vencida, que todo o esforço valeu a pena. E que o modo que encontrei para investir em meu currículo, realizando ao mesmo tempo um sonho, não poderia ter sido melhor!"
Na Emilia |
Cristina Mereu é jornalista, especializada em moda, e também mantém o blog Não vou sair assim, onde compartilha sua impressões sobre a Itália, moda, turismo pelo mundo e fotografia. Para continuar acompanhando Cristina, siga Não vou sair assim no Facebook.
* Quer compartilhar sua história, a realização do seu sonho aqui na Itália? Escreva para sonhosnaitalia@gmail.com. Terei o prazer de publicar a sua história no blog! Baci a tutti!
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Oii, eu queria saber como é jornalismo na Itália, como funciona o mercado de trabalho, se é tão fechado como aqui no Brasil. Fiz ENEM semana passada com o objetivo de fazer Jornalismo em São Paulo, mas tenho interesse em fazer pós-graduação na Itália. Abraços e sucesso com o blog.
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